uma outra brasília
2005/2010

sobre livro







caio como um cisco
na cidade
somos, as duas
uma rápida paisagem
de passagem

(alice ruiz)

Foto horizontal que mostra as pernas de um homem andando em direção à câmera, cortado do meio das coxas para cima. Está de bermudão laranja e havaianas pretas, no canto esquerdo, numa calçada de cimento que ocupa quase todo o quadro. A calçada está coberta por muitas flores de ipê rosa. Ao lado do homem, no centro da parte de cima, vê-se meio metro do tronco da árvore. Da metade para cima da imagem vê-se a sombra da árvore, sem folhas, apenas galhos e formas circulares que correspondem às flores.
Foto vertical com enquadramento bastante inclinado, pendendo para a esquerda. No terço de cima vê-se um céu azul sem nuvens, e parte de três elementos, da direita para a esquerda: o topo da catedral de Brasília; a torre dos sinos; e um poste branco e curvo. No terço central há um barranco de terra coberto por grama seca, em tons de marrom avermelhado. No terço de baixo vê-se, da esquerda para a direita: parte de uma rua marrom com meio-fio branco; a sombra de uma grande árvore que sai do canto esquerdo; a sombra de uma pessoa que parece estar tirando a foto; e uma grande sombra triangular, que parte do canto esquerdo e sobe para a direita.
Foto vertical da folhagem de uma árvore, preta, na contraluz, que ocupa a metade de cima; atrás dela vê-se um céu azul sem nuvens e o topo do prédio do Congresso Nacional, ao longe. O prédio está cortado por uma faixa de mato alto e verde, e abaixo do mato há um muro escuro com a sombra da árvore.
Foto horizontal mostrando uma parada de ônibus de Brasília, de concreto e linhas retas, no estilo modernista. Ela está enquadrada de baixo e aparede na metade de baixo, a meia distância, e há um homem passando atrás. A metade de cima da imagem está toda ocupada pela copa de grandes árvores. À esquerda o sol baixo, na contraluz, faz uma mancha branca em forma de estrela. No pé da foto, em toda a extensão, há uma faixa escura de um barranco gramado.
Foto horizontal mostrando em primeiro plano uma árvore baixa de galhos com uma curvatura curiosa, que formam desenhos ao se cruzar, como se fizessem molduras de formatos irregulares. No centro de uma dessas molduras vê-se duas mulheres sentadas num comprido banco de cimento, a cerca de dez metros. Elas vestem uniforme laranja vivo, de gari, estão de cabeça baixa e parecem conversar. Entre elas e a árvore há um pátio cimentado, e atrás delas uma calçada em perspectiva, um gramado verde e muitas árvores.
Foto horizontal mostrando uma placa de concreto onde se lê, em branco sobre azul marinho: Bloco L. Sobre essa placa há uma grande samambaia com folhas muito verdes. A placa e a planta estão em primeiro plano, bem de perto, iluminadas pelo sol. A samambaia tem muitos ramos velhos que secaram e cujas folhas caíram; são como fios de um cabelo descabelado, espetados para todos os lado. O fundo está na sombra, bem escuro, e vê-se árvores, grama e parte de um prédio ao longe.
Foto vertical de dois prédios brancos em perspectiva, de seis andares e bem compridos. Eles estão cortados pelas duas margens laterais e formam um triângulo que emoldura o céu azul, com poucas nuvens. Há outro prédio ao fundo, bem ao longe, "fechando" a ponta do triângulo. Em primeiro plano vê-se parte da copa de duas árvores, uma em cada margem superior. Elas formam uma mancha preta, pois estão na sombra.
Foto vertical de um imenso pátio de concreto bege com um espelho d'água na parte de cima, cortado nas margens. Na parte de baixo há a sombra grande de uma mulher que parece estar tirando a foto. A sombra é longa e está do centro para a esquerda. O espelho d'água reflete o céu azul escuro e o topo de prédios altos, em tons de preto, branco e bege. Do outro lado dele há um homem passando, bem ao longe, e ainda mais ao longe três pessoas quase indistinguíveis, passando onde termina o pátio, junto ao topo da foto.
Foto horizontal do Museu da República, mostrando parte de seu formato em semicírculo e parte de uma rampa curva no alto. A rampa sai do lado esquerdo do prédio atravessa toda a imagem na horizontal. Entre o museu e a rampa vê-se uma estreita faixa céu azul vivo, sem nuvens. No canto esquerdo, embaixo, há uma vendedora de picolé num carrinho vermelho, vestida de vermelho, com um guarda-sol vermelho. Ela está a meia distância, na sombra. A sombra começa no canto esquerdo e se abre numa faixa triangular até a margem direita.
Foto horizontal de uma mulher passando apressada na rua, cortada dos ombros para cima. Ela usa vestido preto sobre uma blusa branca de mangas curtas, calça sandálias pretas e o pé que está na frente está cortado pela margem de baixo da foto. Está entrando na imagem pela margem direita, e carrega várias coisas nas duas mãos (celular, bolsa e casaco pretos, duas pastas rosas). O chão é um pátio de cimento. Na metade esquerda da foto há um quiosque de frutas, visto do chão até o balcão, onde estão expostos mamões e bananas. Na frente do quiosque aparece metade de uma mesinha branca de metal com uma cadeira. Bem no centro da imagem há um cesto de lixo laranja vivo, iluminado pela luz do sol do começo da manhã. A luz bate em outras pequenas partes da foto.
Foto vertical de uma mulher passando na rua, com a metade da cabeça e parte do corpo cortados pela margem direita. Ela usa saia jeans, havaianas e blusa estampada colorida, e carrega uma sacola de plástico. Está vindo por uma calçada que aparece em perspectiva ao longo da foto, começando em outra calçada onde se vê um pedaço de um prédio. Há muitas sombras de árvores em toda a imagem, quase pretas, e pequenas manchas de luz do sol. Duas grandes flores amarelas estão sobre a calçada, uma perto do pé da mulher, outra um pouco mais longe.
Foto vertical de um pátio de cimento quadriculado onde se vê dois pés com sapatos brancos e duas pernas com calça branca, dando uma larga passada. Estão no centro/esquerda, a meia distância. Parecem ser de um fantasma, pois não se vê o resto das pernas: da barra da calça para cima a imagem vai ficando borrada e transparente até sumir. Ao longe há um banco vermelho e um gramado verde, tudo em cores muito vivas. O chão está molhado. Da metade da foto para baixo vê-se um meio-fio branco formando uma quina, apontando para o pé do fantasma. O meio-fio delimita um espaço de areia com uma grande poça d'água, que reflete a copa de uma árvore e um prédio comprido e baixo.
Foto horizontal mostrando o detalhe de uma calçada de cimento com uma pegada antiga, feita por um sapato ou bota quando o cimento estava fresco. A calçada está molhada e a pegada está cheia de água. Ela aparede do meio para a esquerda da foto, e à sua direita há metade de um pé descalço.
Foto horizontal de um pátio de cimento dividido em grandes quadrados. O quadrado do centro é de terra, com uma plantinha baixa de folhagem verde clara. Atrás dela vê-se a parte de baixo de um tronco de árvore, dividido em dois formando um V. Atrás do tronco há um velho banco de cimento, quase no topo da imagem. Há algumas folhas secas caídas pelo pátio. A foto é toda em tons de marrom, sem sol e com pouca luz. A luz bate mais na plantinha, destacando-a e deixando seu verde bem vivo.
Foto horizontal de um outro pátio dividido em grandes quadrados, um pouco irregulares e remendados. Ele sobe em direção a um prédio comprido, cortado na margem de cima. A meio caminho, no centro da imagem, há um banco de cimento reto, cinza-claro. Atrás do banco há uma grande moita verde repleta de flores brancas. A moita cresceu sobre parte do banco. Atrás da moita vê-se a silhueta de uma mulher ao longe, passando sob o prédio de pilotis.
Foto horizontal mostrando, no centro, uma parede bege, retangular, com cerca de 6m de largura por 2,5m de altura. Ela ocupa quase todo o espaço na horizontal, e metade do espaço na vertical. Está iluminada pelo sol, com sombras de árvores fazendo desenhos, e junto ao seu lado esquerdo foi pintada a silhueta de um macaco pequeno, preto, pendurado por um braço. Diante da parede há uma calçada, um cubo de cimento de 1m por 1m com uma portinhola cinza e uma pequena faixa de chão de terra com folhas secas. Ao fundo vê-se grandes árvores, o céu azul vivo e um prédio branco, baixo e comprido, iluminado pelo sol.
Foto horizontal mostrando o detalhe de um paredão com cerca de 5m de altura, revestido de pequenos ladrilhos compridos, assentados na vertical. O paredão está marrom escuro de sujeira, quase preto. Nele há grandes desenhos brancos feitos com a técnica de arte reversa (limpando em vez de pintar). Os desenhos imitam arte rupestre, com imagens de animais e uma enorme figura humana que parece segurar um escudo. Há uma jovem de vestido preto curto e sapatilhas pretas no canto da esquerda, junto à margem de baixo. Ela está de perfil, sorrindo e fazendo uma pose que imita os gestos de pessoas em pinturas do Egito Antigo.
Foto horizontal mostrando o detalhe de uma parede vista de frente. Junto à margem esquerda está passando um homem de perfil, com calça azul, camisa laranja e chapéu de pano laranja. Ele faz um gesto com as duas mãos, como quem fala sozinho. A parede junto a ele está toda coberta uma pintura de cores vivas, representando uma dúzia de pessoas de idades e estilos diferentes, de frente e de perfil.
Foto horizontal de uma rua de asfalto com uma faixa de pedreste branca enquadrada de frente. Um homem está passando de bicicleta, da direita para a esquerda. Do outro lado da rua há uma calçada e junto a ela uma parede coberta por pinturas coloridas de vários artistas, em cores vivas, mostrando vinte pessoas bem diferentes umas das outras, alguns pássaros e um fundo com cores e formas diversas.
Foto horizontal mostrando em primeiro plano um retângulo de concreto inteiramente grafitado por um artista. Ele ocupa a metade esquerda da foto e mostra uma figura grande, meio gente e meio fantástica, com um olho pequeno e outro enorme. Ela ri com a boca bem aberta e segura algo que parece um pequeno besouro com uma cabeça de boneco de pano. A pintura tem cores fortes e vibrantes. Na metade direita da foto vê-se uma calçada em perpectiva em direção ao fundo, acompanhando um prédio comprido de três andares, e várias árvores. Há uma mulher passando ao longe, de cabeça baixa, carregando duas sacolas de plástico.
Foto horizontal mostrando o teto de um viaduto, o chão de concreto e, ao fundo, um paredão com cinco ou seis metros de altura. O paredão é revestido de pequenos ladrilhos compridos e está marrom escuro de sujeira, quase preto. Nele há grandes desenhos brancos feitos com arte reversa (limpando em vez de pintar). Os desenhos imitam arte rupestre, com imagens de animais e figuras humanas. A meia distância, do centro para a margem direita da foto, há um homem numa bicicleta azul, de bermuda azul, sem camisa e de boné preto. Ele vai em direção à direita e sua imagem está borrada pela velocidade.
Foto horizontal mostrando o detalhe de um tronco de árvore largo, marrom claro. Há ramos finos dos dois lados, paralelos ao tronco, vindos de cima, como raízes aéreas. No centro da foto há um coração entalhado no tronco, com as letras A e O. Elas parecem olhos dentro do coração. O entalhe é vermelho e há uma resina azulada e brilhante escorrendo dele; uma longa gota escorre da letra O, parecendo uma lágrima. O tronco é iluminado pela luz do sol que vem da direita, e o fundo à direita é preto.
Foto horizontal mostrando o detalhe de uma calçada de cimento toda rachada, quase se despedaçando. No centro da margem inferior aparece metade de dois pés vistos de cima. A calçada está coberta de grandes pétalas de flor, que são rosa vivo na parte mais larga e branco na ponta.
Foto horizontal mostrando o detalhe de uma parede branca, velha e manchada, e um chão de cimento escuro, velho e rachado. Na parede, bem no centro da imagem, está uma pintura a pincel com tinta preta. Ela mostra uma pessoa séria, de olhar triste, dos ombros para cima, olhando para a câmera. Está cortada da testa para cima. Atrás da pessoa há diversas formas curvas que lembram tentáculos ou asas.
Foto horizontal da silhueta de uma pessoa passando de perfil, borrada, do lado direito, dos joelhos para cima. No centro há uma porta vermelha
                vista de frente, a cerca de três metros de distância. A porta tem a pintura de cor viva mas manchada com respingos brancos e algumas pixações. A parede é de cimento chapiscado. Tudo está na sombra, menos o chão de mármore branco e o guarda-corpo de uma estreita passarela que vai do chão até a porta.
Foto horizontal de um homem passando de perfil, borrado, no centro da imagem, do quadril para cima. Ele usa calça azul, camisa branca e boné cinza clarinho. Atrás dele há uma porta cinza com uma grande mancha preta de ferrugem e um nome pixado. Ela está numa parede verde clara com pintura muito velha, manchas pretas de umidade e algumas pixações. Numa estreita faixa à esquerda a parede está pintada de azul novo e vivo, no mesmo tom da calça do homem. No chão há uma grade de ventilação enferrujada, acompanhando a linha da parede.
Foto horizontal mostrando a parte de cima de uma pequena árvore seca: um tronco fino e alguns galhos espetados para os lados. Ela está no centro, em primeiro plano, inclinada para a direita. Do seu lado esquerdo sai um galho maior que parece um longo braço, com doze dedos longos e finos na ponta. O fundo é quase todo ocupado por um céu muito azul; atrás da árvore há grandes nuvens brancas. Ao longe vê-se o topo de um prédio comprido. Ele é azul e branco, e forma uma faixa estreita em toda a extremidade de baixo da foto.(Esta é a última imagem da série)